sábado, 22 de junho de 2013

Movimento Passe Livre e a Copa do Mundo

Já somos milhões em ação (...) pra frente Brasil, salve a seleção (...) ou salve a nação. No que pude observar como manifestante do movimento Passe Livre e espectadora de jogos da Copa das Confederações é que o brasileiro é um povo incrível, inteligente e que sim, continua acreditando na nação e na seleção. Em Recife, 100 mil pessoas protestaram nas ruas, um dia após o jogo entre Itália e Japão na Arena Pernambuco que reuniu 40 mil torcedores. Os mesmos que no dia seguinte estavam no protesto. Por que? Porque no caminho para Arena, e isso a Copa nos ajuda  a perceber, há carência de infraestrutura. E por incrível que pareça, a Copa está sim nos ajudando a abrir os olhos dos políticos. A seleção do Uruguai inclusive se manifestou sobre a falta de estrutura da cidade de Recife. A seleção da Espanha sofreu furtos, o jogo na Arena Mané Garrincha em Brasília deixou mais de 19 milhões de reais em prejuízo aos cofres públicos. A FIFA alerta sobre as condições que as seleções enfrentam para jogar nas Arenas, o difícil acesso, os cambistas, a falta de organização. 
Nós apoiamos a seleção e lutamos pela nação. Avaliando hoje, vejo que estamos além das ruas, além das redes sociais, além das reportagens da RBS TV e da Rede Globo, estamos além do SBT, da Rede Record (que também está sendo oportunista ao se mostrar a favor do povo, quando nós sabemos que também está envolvida em uma rede de arrecadação de dinheiro - legal ou não - através da religião que a sustenta). Emissoras não me iludem. Nenhuma está com o povo. Nós estamos escrevendo a nossa própria história, tanto em páginas da vida quanto em páginas de Twitter e Facebook. 
Vamos assumir que não estamos contra a Copa, pois os manifestos, em sua maioria, não ocorrem na hora dos jogos da seleção, ou posso estar enganada. A Copa está aí e continuamos nas ruas, e os políticos continuam rindo nas nossas caras e aprovando aumentos salariais para prefeitos, textos homofóbicos de "cura gay", tudo enquanto ESTAMOS NAS RUAS. O problema do Brasil não é a Copa, o problema do Brasil é demagogia política. Ano que vem teremos Copa do Mundo e teremos eleições. Podemos ir aos jogos tranquilos, assim que tirarmos do poder os que lá estão rindo e lucrando às nossas custas. Lembre-se, ano que vem NÃO VOTE em Feliciano, não vote em DILMA, não vote em CALHEIROS. Não vote em quem você critica hoje. De nada adiante ir as ruas e não ir às urnas! MUDA BRASIL! 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O Nariz a Torcer


Gosto de interpretar uma filósofa de vez em quando, na maioria das vezes sou socióloga, antropóloga.  Tudo me empolga quando, as vezes, sem querer, me acho diferente e um tanto superior aos demais. 
Nessas horas avalio o mundo, as pessoas, como se a resposta para os problemas estivesse nas minhas malucas teorias de que o planeta cabe, literalmente, na palma das mãos.

Engraçado como a sinceridade do parágrafo acima vai desagradar uma maioria que sabe que isso é verdade. Acontece. Não há falsa modéstia, nem meia modéstia. Sou egocêntrica ao extremo, mas só saio do canto escuro da humildade quando necessário. O resto do tempo, tento me passar pelo ser humano mais perfeito ou o mais próximo da perfeição possível.
Sou melhor por isso, por aquilo. Até encontrar um ego maior que o meu. Aí, meu próprio ego fica com inveja, volto para humildade até desenvolvê-lo o suficiente para competir com egos maiores. Qual a graça em ser algo e não poder compartilhar? Ver a expressão de inveja se instaurando nos rostos, desinflando narcisismos.

Mas não é uma boa estratégia ser narcisista ou egocêntrico. Ninguém sente vontade ou inveja de um narcisista. Claro, esse coloca a credibilidade em jogo quando se exibi tanto, ser “humilde” com o que se tem ,ou se é, causa uma pandemia de arrepios, faces contorcidas de nojo. Não há coisa melhor que provocar um elogio de um invejoso. Não quero um braço para torcer, pois quem fica empinado é o nariz. Dê o nariz a torcer.  

Observe. Voltei à máscara de filósofa. Difícil reconhecer o próprio rosto depois que ele toma tantas formas. Duas caras? Não, diversas! Não, só uma! Não, só humano! Agora sou humilde? Não, talvez um tanto piegas! Não, egocêntrica! Não, cronista! Não, não! 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Só me resta observar o desespero e a decadência?

Deus me protege, Deus me defende, Deus me guia... Sempre ouvi que gestos valem mais do que palavras. Já ouvi que Deus ajuda quem cedo madruga. Já ouvi verdades, já ouvi mentiras, já li verdades, já li mentiras, mas nada se compara as ilusões de uma alma em putrefação que a busca pregar a palavra de Deus para mostrar aos outros que é um ser puro de alma bondosa. Aquela alma que usa as palavras como armas e os olhos como meios de cobiça daquilo que não foi capaz de alcançar.
Cansei de observar inerte essa loucura sã daqueles que acreditam na ilusão de somente cuspindo as palavras de um Deus salvador poderão se tornar sua imagem e semelhança. Que vergonha de conviver com uma maioria que prega a bondade, mas é a primeira a apontar tudo que não lhes agrada como pecado. Que humanidade, fraternidade e liberdade são essas em que humanidade virou sinônimo de compartilhar imagens de pessoas sofrendo no Facebook, fraternidade virou perdoar políticos corruptos por serem humanos e dessa forma estão a mercê do pecado e onde a liberdade não existe mais, pois agora tudo passa pelo crivo daqueles que não querem a verdade ou um ponto de vista contrário expostos? 
Quero ver a humanidade, liberdade e fraternidade no seu mais puro e simples significado. Chega de fazer algo esperando retribuição. Chega de fazer caridade porque está na moda, faça porque é certo, mas acima de tudo porque é NECESSÁRIO! 
Seja gentil mesmo com as pessoas que saltam espinhos da boca como um animal acoado. Se receber rispidez em troca, seja mais gentil ainda. Desconcerte os mau humorados com o mais belo dos sorrisos. Não porque isso lhes fará mal, mas porque isso lhe mostrará que vale mais rir da vida do que sucumbir à ela. Haverá perdão e piedade não por você se achar o mais sofrido dos seres, mas por ser um exemplo de força, coragem e ânimo. 

sábado, 14 de julho de 2012

A timidez das boas ideias

Não que me ache a pessoa mais adequada e experiente para avaliar o que se tem feito no mundo. Padronização exagerada, comodismo, padrinhos, favores. Tudo colabora com a extinção das boas ideias, pior, colabora com a timidez das boas ideias. Basta um indicativo de que o projeto saia das “regras” para que mil e uma vozes ecoem negativismo e má vontade.


Existem ideias tão simples de serem colocadas em práticas que quando nos dizem “boa ideia” chegamos a pensar: - Como ninguém pensou nisso antes?


Até as ideias banais, práticas, do cotidiano estão em extinção por medo de serem renegadas pelos ignorantes que parecem terem saído de uma máquina de fabricação em massa de acéfalos.  Eu aprendi a não deixar me abalar por eles. Tenho uma ideia, planejo e realizo só então apresento. Dessa forma tenho provas de que o eco do negativismo foi abafado pela parede da persistência e inteligência.
Talvez por isso muitas empresas paguem milhões para seus super talentos. Nenhuma empresa irá para frente com acéfalos ou acomodados do mesmo lote. Para combater essas atitudes existe a exigência de que haja um líder nato, criativo e incentivador. Mais ainda de trabalhadores que se barrados por líder pessimista persistam, pois esses podem até se tornarem os novos líderes. Assim esperamos.
Chega de timidez das boas ideias, se as que estão em prática não funcionam, ou com o perdão da palavra, são idiotas, qualquer ideia com um propósito e percurso definido pode mudar pensamentos, atitudes e desempenhos.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Um sorriso sem dente alegrou o meu dia

Desde que comecei a trabalhar em um hospital aprendi a superar muitos dos meus medos. E passei a compreender melhor o medo dos outros. São dias em um quarto diferente do seu, você procura aquela rachadura na parede que o faz pensar toda noite antes de dormir, seu ponto de fuga. Onde estão as fotos da última viagem? Seus livros? Seu computador? Seu corpo não se encaixa na cama e a estranha. Não é a sua. Você está internado em um hospital. Todos essas estranhezas me causavam medo. Fora toda aquela questão de medicamentos, convivência direta com novas vidas e também com a morte. Com a dor e com o milagre de continuar vivendo.

Se para um adulto já é difícil, imagina para uma criança. Não sabe falar, não sabe andar, tem a mãe, mas quer o pai, os irmãos, os avós. Todo mundo. Quer a sua casa, seus brinquedos. Foi no meio dessas crianças que presenciei os mais belos sorrisos de esperança e alívio que fizeram o meu dia muito especial. Na ala infantil, vi crianças que mal vieram ao mundo, deitadas agora em berços que já não levam mais sorrisos aos pais, pois não anunciam a chegada de uma nova vida. 

No dia anterior fiz uma visita aos meninos da ala para entregar presentes doados. Lucas foi o primeiro a receber, e confesso, o mais empolgado. No colo da mãe se retorceu para ver os carrinhos de fórmula 1 com controle remoto. Chegou a largar a mamadeira! O menino, antes choroso, passa emitir sons de ansiedade. Queria logo pegar os carrinhos. Hoje voltei à ala infantil para entregar os presentes das meninas. Eu mesma escolhi. Bonecas e joguinhos de panela. 

Mais uma surpresa. Uma menina, com menos de um ano. A mãe recebe o presente, enquanto a bebê dormia, e diz: - Que bom! O brinquedo que ela tinha quebrou. - Era o único brinquedo que a menina tinha. Agora ela tem um novo, entregue por mim junto com um balão com desenho de uma carinha alegre. Não posso nem descrever o sentimento que tive na hora. Não foi pena. Talvez um pouco de esperança de que ela recebe novos presentes no futuro. Fui para cama ao lado. Lá estava Isa. Ela havia ficado um tanto intrigada com a chegada do presente para os meninos e nada para ela. O que estava acontecendo? Hoje foi a vez dela. Uma boneca e um joguinho de panelas, sem esquecer o balão. Isa parecia outra criança. O abatimento sumiu de seu rosto, seus olhos não paravam de brilhar na direção daquelas novidades todas. O olhar desconfiado que ganhei ontem, foi substituído por um beijo hoje. 

Por último, foi a vez da pequena Alana. Ansiosa para ir embora, ela ia para porta e chamava a mãe para ir para casa. Na primeira vez que a visitei no dia, entreguei um balão que não lhe chamou muito a atenção, mas ao mostrar a sacola com uma boneca e o joguinho de panelas, posso dizer que viramos amigas. A cama que antes não a agradava, agora era a casa da boneca. Nessa hora, a pequena Alana esqueceu que queria ir embora. 

Mas ninguém resiste ao sorriso sem dentes de Pedro. O pequeno brincalhão havia ido tão depressa para o hospital que acabou esquecendo seus brinquedos. Problema resolvido, Pedro! Entreguei uma espadinha de plástico, sem ponta para que não se machucasse, ao que ele agarrou com força e soltou uma gargalhada. E foi uma gargalhada atrás da outra quando resolvi brincar de guerrinha de espadas com ele. 
Como é bom conviver com a esperança. Com o choro que vira sorriso em menos de um minuto. Com o olhar ansioso de uma criança esperando o presente, por mais simples que seja. Espero que todos voltem para casa logo, com saúde e essa disposição encantadora. Mas confesso que vou sentir falta desses sorrisos  sem dentes, ou com alguns nascendo aqui e ali.