Gosto de interpretar uma filósofa
de vez em quando, na maioria das vezes sou socióloga, antropóloga. Tudo me empolga quando, as vezes, sem querer,
me acho diferente e um tanto superior aos demais.
Nessas horas avalio o mundo,
as pessoas, como se a resposta para os problemas estivesse nas minhas malucas
teorias de que o planeta cabe, literalmente, na palma das mãos.
Engraçado como a sinceridade do
parágrafo acima vai desagradar uma maioria que sabe que isso é verdade.
Acontece. Não há falsa modéstia, nem meia modéstia. Sou egocêntrica ao extremo,
mas só saio do canto escuro da humildade quando necessário. O resto do tempo,
tento me passar pelo ser humano mais perfeito ou o mais próximo da perfeição
possível.
Sou melhor por isso, por aquilo.
Até encontrar um ego maior que o meu. Aí, meu próprio ego fica com inveja,
volto para humildade até desenvolvê-lo o suficiente para competir com egos
maiores. Qual a graça em ser algo e não poder compartilhar? Ver a expressão de
inveja se instaurando nos rostos, desinflando narcisismos.
Mas não é uma boa estratégia ser
narcisista ou egocêntrico. Ninguém sente vontade ou inveja de um narcisista.
Claro, esse coloca a credibilidade em jogo quando se exibi tanto, ser “humilde”
com o que se tem ,ou se é, causa uma pandemia de arrepios, faces contorcidas de
nojo. Não há coisa melhor que provocar um elogio de um invejoso. Não quero um
braço para torcer, pois quem fica empinado é o nariz. Dê o nariz a torcer.
Observe. Voltei à máscara de
filósofa. Difícil reconhecer o próprio rosto depois que ele toma tantas formas.
Duas caras? Não, diversas! Não, só uma! Não, só humano! Agora sou humilde? Não,
talvez um tanto piegas! Não, egocêntrica! Não, cronista! Não, não!
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