Hoje recebi a tarefa de escrever a minha biografia. Achei que deveria ser fácil contar a história da minha vida, mas confesso que não sei como devo começar. Não posso iniciar com o “era uma vez” ou “em um reino muito distante” porque todas as histórias que começam dessa forma terminam com o “felizes para sempre”. Não posso. Afinal minha história ainda não terminou e eu não vou viver o suficiente para ser feliz para sempre.
Claro que uma biografia não é como um conto de fadas, mas podemos fazer analogias entre eles. O vilão, por exemplo, invejoso, esperto e que está sempre próximo de nós como na história da Branca de Neve e os Sete Anões. Eu tive vilões assim em minha vida. Pessoas que te abraçam, que te elogiam e que até te desejam o melhor, mas que planejam o seu fracasso quando você vira as costas.
Esses vilões da vida real indicam o caminho errado, assim como aconteceu com a Bela Adormecida influenciada pela bruxa a tocar em uma agulha que a fez dormir profundamente até que o belo príncipe viesse para despertá-la. Nos contos de fadas os vilões são feios, tem cara de mal. Na vida real eles são pessoas normais, às vezes bonitas, e escondem sua maldade atrás de uma falsa expressão de inocência.
Quando o vilão de nossas vidas é uma pessoa, não é difícil combate-lo. E se o que nos atormenta e prejudica não é um ser humano, mas sim pensamentos? Nenhum príncipe ou herói poderá nos salvar desse mal. Ele está na nossa cabeça e fomos nós que o colocamos lá. É mais difícil quando nós somos mocinhos e bandidos ao mesmo tempo. Quando temos de enfrentar a nós mesmos. Quando a espada não serve para nada. Quando não temos uma fada madrinha.
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