Um desafio: descrever a felicidade

Já repararam como é difícil descrever a felicidade? Mais difícil, inclusive, que descrever a tristeza, a desilusão, o coração partido. As músicas estão aí para provar isso. Eu diria que 90% das canções falam de amores perdidos, a alma gêmea que foi embora ou o relacionamento que não fazia bem aos envolvidos.  A tristeza descrita em textos, poesias e músicas além de compreendê-la é possível senti-la. A agonia dos versos, o desespero de uma vida que acabou.

Mas e alegria? A felicidade? Esses sentimentos são tão difíceis de explicar através de um conjunto de palavras. Ou talvez sejam tão bons que gostaríamos de guarda-los para nós mesmos com medo de que alguém envolvido pela tristeza tente roubá-los.

Hoje estou feliz. Hoje estou muito feliz. Reparem que repito em demasia as palavras justamente por estar com esse estado de espírito. Pois, eis a prova de que não conseguimos escrever quando estamos felizes. Não tenho palavras. Poderia escrever um texto somente com a palavra felicidade em todas as frases e parágrafos.

Posso dividir aqui um pouco do que sinto, mas só um pouco para que não possam tirá-lo de mim. Sinto uma plenitude de alguma coisa. Sinto o vento no rosto, mesmo fechada em um quarto. Sinto a necessidade de sorrir o tempo todo. Sinto a necessidade de cantar a minha música para momentos felizes. Sim, eu tenho uma música para momentos felizes e vocês também deveriam  ter uma.

Lembro que quando passei no vestibular em primeiro lugar na classificação geral, um grande sonho que eu tinha, coloquei a música “Sueños” do Diego Torres no volume máximo e comecei a dançar pela casa como se os vizinhos não existissem. A felicidade faz isso com a gente. Criamos um mundo só nosso.  Depois, ao longo da faculdade foram surgindo novas oportunidades, novos sonhos realizados e a música escolhida para ser a trilha sonora da minha felicidade foi “So Happy I Could Die” da Lady Gaga. Porque eu estava tão feliz que poderia morrer naquele exato momento.

Tenho vontade de espalhar as boas novas pela cidade inteira, mas acredito na frase de que os outros estão mais interessados na nossa queda do que na nossa subida.