Decisões e um penhasco

Tomei decisões que me fizeram amadurecer. Tomei decisões para o meu bem. Tomei decisões que posso me arrepender. Tomei decisões que posso agradecer mais tarde. Mas hoje agi racionalmente, decidi o que poderia ser melhor pra mim e por consequência ser melhor para nós. No entanto, estranho porque meu coração não está em paz. Sinto-me mais adulta, me sinto mais forte, me sinto mais dona do meu próprio destino.

Decisões racionais. Bem vinda à vida adulta o mundo me diz, mas meu lado menina sofre. Meu coração não está feliz. Não está feliz, pois eu sei algumas de minhas decisões me afastaram de você. Não será uma distância permanente, mas uma distância que eu não esperava enfrentar tão cedo. Eu sabia que esse momento iria chegar, mas tentamos viver um dia de cada vez... E vivemos. Tentamos de todos os modos buscar soluções, fizemos planos... Todos em vão.

A distância chegou e com ela a saudade e a dor da ausência. A saudade do abraço que só você sabia quando eu precisava. Quando sem falar nada você me apoiava. Quando você secava as minhas lágrimas. O medo de sucumbir aos meus medos sem o seu apoio e a sua presença. O medo de que longe, você percebe que não sente a minha falta.

Planos que não se realizaram, sonhos que não se concretizaram. Enfrentamos muitas barreiras e chegamos a acreditar que seriam as últimas. Não foram. A vida nos testaria mais algumas vezes e o medo de passar é eminente. Você é a única mão que me segura em um penhasco, se você for embora terei de me segurar com as próprias mãos, como fiz a vida inteira. E talvez, se eu tiver de me segurar sozinha eu acabe caindo. E aí eu tenha que escalar tudo novamente em busca de um novo sonho que eu nem sei se tenho a capacidade de sonhar.