domingo, 1 de janeiro de 2012

A calmaria do ano bissexto

A primeira manhã de 2012 aparenta uma desconfortável calmaria. Nuvens cinzas tomam conta do céu, desiludindo crianças que as desenhavam azuis. De onde moro tenho o privilégio de ver o rio Uruguai, marca registrada da fronteira oeste do Rio Grande do Sul.  Até ele está calmo hoje. A água está parada, como se fosse um espelho.

Como diria um amigo meu tudo está desconfortavelmente calmo nesse primeiro dia de 2012. O calor insuportável, comum dessa época do ano, sumiu e no lugar dele uma temperatura agradável, mas sem o vento que caracteriza os dias nublados.

Eu estou assim também. Calma. Tranquila. Serena. Vou aproveitar o domingo porque os problemas começam, geralmente, na segunda-feira. Mas confesso que essa calmaria me incomoda. Não gosto de ficar sem ter o que fazer. Todos dizem que devemos aproveitar as férias para descansar, e eu quero descansar, mas das coisas que eu faço durante o ano. Quero fazer coisas novas, quero descansar fazendo, sei lá, tricô.

Sou do tipo de pessoa que precisa ter algo para ocupar a mente, ou eu me canso de ser eu mesma. Canso de fazer as mesmas coisas, canso de estar no mesmo lugar, canso de estar longe das pessoas, canso de ficar enclausurada em casa. Canso de olhar pela janela e ver a vida passando lá fora.

Os programas de TV, as revistas e jornais deveriam fazer uma perspectiva 2012 e não uma retrospectiva 2011, pois eu gostaria de saber o que ano novo promete e se vale à pena pular as sete ondas, comer lentilha e todas essas simpatias para alcançarmos nossos objetivos. No entanto, essa calmaria do primeiro dia de 2012 pode esconder uma tempestade que virá nos próximos meses. Pode esconder as reviravoltas de nossas vidas ou, até mesmo, o fim do mundo. Quem sabe?

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