segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Quando você percebe que deixou de ser criança

Aos cinco anos de idade eu acreditava ser impossível minhas bonecas perderem a graça. Minhas barbies eram lindas, tinham namoradinhos e filhos. As brincadeiras que duravam horas e horas com minhas amigas pareciam a melhor parte das férias. Sem contar a escola. Bom nessa fase eu estava no jardim de infância e a maior preocupação era não sujar a roupa com a cola colorida. Ah! Saudade da cola colorida.

Os anos foram passando e as brincadeiras mudando. Começa o ensino fundamental e as bonecas ficam um pouco menos interessantes, ao contrário dos meninos. Começam a surgir os primeiros namoradinhos. As mãos dadas, os carinhos inocentes.

Os aniversários ainda tinham certa graça. Os melhores amigos reunidos, presentes bons (e ruins que a gente tinha de fingir que gostava). Correrias, balão surpresa, lembrancinhas, brincadeiras até os olhinhos irem fechando de tanto cansaço e marcar a hora dos amigos irem embora.

E então chega a adolescência. As bonecas perdem totalmente a graça. Olhamos para elas e não entendemos como um dia conseguimos brincar com algo inanimado. Dou-me por conta que na infância a imaginação é a principal fonte de nossas brincadeiras. Mas quando chegamos no ensino médio, faculdade, toda essa imaginação se transforma e passa a ser utilizada em trabalhos e provas. Talvez seja por isso que não enxergamos mais a graça nas bonecas, nos balões, nos ursinhos...

Até as brincadeiras em grupo mudam. Começam a envolver bebida alcoólica, começam a envolver o perigo, começa a despertar em nós o pensamento de que somos imortais, de que nos tornamos aqueles super herois que um dia admiramos.  Percebemos que não somos mais crianças quando começamos a achar que nos tornamos bonecas que devem andar lindas e perfeitas, quando começamos a praticar atos impensáveis como se fossemos os heróis de nossa infância. Quando deixamos de ser inocentes para sermos irresponsáveis, ou não.

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